Our Faith II - 11

De tudo. Talvez eu estivesse planeando a vida. Estava tudo desenhado, tudo traçado, deixei tudo seguir o que eu tinha escolhido. Talvez me senti-se sozinho, injustiçado, traido, tantas coisas. Porque é que eu estaria deixando a minha casa? SeuNome era minha casa, ela me protegeu, ela me amou. Ela me estava dando tudo de mim. - Michael
Michael P.O.V's
Descobri que não tenho poderes sobrenaturais.
Para que serve estar aqui observando todas as pessoas pelas quais eu me preocupo chorando se nem consigo atravessar paredes? Oficialmente odeio estar aqui.
SeuNome passa os dias sentada naquela poltrona e dificilmente fecha os olhos ou sai para comer, notei isso mal "acordei" ela parecia mais magra do que o habitual. Ás vezes os caras vêm nos visitar, mas quem passa mais tempo aqui é o Luke. Felizmente. Porque, infelizmente, Luke parece ser o único capaz de tomar conta da minha namorada débil e de a obrigar a se alimentar. Me apoiei nos braços da cadeira e com uma mão acariciei seu cabelo. Ela não sente, é a pior parte.

Tudo bem. Tudo bem que eu posso ter ciumes do Luke pelas garotas caírem todas aos pés dele e ter medo que SeuNome me deixe durante esse período para ir com ele, mas afinal que escolhi eu tinha? Meus pais também me vêm visitar muito, na verdade, já os vi umas quinhentas vezes, o dobro das vezes que os vi em 18 anos, em apenas uma semana. Me sentei na beira da cama ficando a encarar SeuNome. Porque é que ela não me via? Porque é que eu não estava sendo normal? Eu queria estar ali. Novamente sou a razão porque alguma garota sofre. Eu já devia de estar habituado a não saber amar ninguém, mas por algum motivo me senti diferente com SeuNome; ela ria das minhas piadas, ela me beijava, ela provocava e vice versa, por momentos o sentimento mutuo tornava-se um só, como se dois corações se unissem em um.

     – Eu te amo. - beijei a testa dela, mesmo sabendo que ela não o sentia.

SeuNome P.O.V's
Os dias se tornaram frios e ele não está aqui, o futuro que nós seguramos é tão injusto, mas eu não estou viva se ele não estiver e eu acho que os deuses estão contra isso. Esquecendo todas as memórias, eu não consigo, eles podem estar certos mas eu não quero ouvir. Existem mil e uma razões pelas qual eu já devia ter desistido disso, mas o coração quer o que ele quer. Doi. Doi para caramba. Onde estão as fadas madrinhas que os contos de fada falam sobre? Eu acho que então isso é um conto de fadas moderno, sem final feliz. Simplesmente não consigo imaginar uma vida sem esses momentos de tirar o folego que só ele me conseguia transmitir. Cada segundo é tortura, o inferno não aguentaria, muito menos eu que quebro a cada segundo.

Peguei umas das rosquinhas de chocolate que Luke tinha trazido para mim e comecei a tirar a capinha do chocolate, como habitualmente eu fazia. Eu era meio estranha comendo rosquinhas, primeiro tirava a cobertura, comi-a e depois comia a rosquinha. Do outro lado está um copo da Starbucks com café e baunilha. Uma grande quantidade de café me mantiaria acordada. Me aconcheguei no sofá e peguei num dos livros que Bethany havia me oferecido. Um deles era The Best of Me do Nicholas Sparks e era o que me mantinha entretida. Eu já o teria lido umas quinhentas vezes e outras eu lia alto para Michael ouvir. Sei lá, eu comunicava com ele. Talvez bem no fundo ele estivesse ouvindo, talvez ele estivesse procurando as forças para voltar eu apenas não sei. Eu apenas sei que nada sei. Pois é.

Virei a cabeça quando a porta se abriu e um da equipe de médicos me chamou. Engoli em seco e me levantei, seguindo até eles. Meus passos eram lentos, dolorosos se pudesse acrescentar. Ergui a cara para encarar o homem de 50 e poucos anos que olhava para mim com um olhar pavoroso. Novamente fiquei com o coração nas mãos enquanto olhava para ele. Ele consultou a pequena prancheta e voltou a dirigir o olhar para mim.

     – Qual é a relação que a senhorita têm com o Sr.Clifford? - ele balançou as sobrancelhas voltando a paleta.
     – Sou a namorada. - disse tremendo. O olhar dele era pavoroso, quase intimidante.
     – Eu vou ser sincero consigo senhorita. As hipóteses de ele acordar são mínimas. A escolha é dele, e ele não reage senhorita.
     – Vocês não podem desligar as máquinas, ele é saudável, eu ... - não sei se me lavaria em lágrimas ou se berrava,

smile animated GIF

     – Senhorita, nós lhe damos um mês.

Eu engoli em fundo olhando para a parede. Não podia. Não podia, apenas não podia. Ele não podia ir. Michael nunca poderia ter filhos, não poderia levar o filho a escola ou ensina-lo a tocar guitarra, não poderia entrar na faculdade, nem poderia casar.
Entrei no quarto violentamente colocando as mãos sobre as grades da cama levantando minha cabeça para o poder encarar.

Flashback On
        –  Eu sinto muito querida, eu não te queria machucar. - ele puxa meu rosto para o encarar. - Eu só odeio que se metam na minha vida e eu sou impulsivo, não sei o que digo. Nunca pensei em te machucar.
        –  Só quero saber o que se tem passado esses dias, você está estranho.
        –  São só problemas, você sabe a formatura, universidades e todos querendo ir para a California. Não estava muito preparado para isso.
        –  Eu vou fingir que acredito. - me coloco em bicos de pés para o beijar e logo sinto ele me pegando no colo. - Quando você quiser contar, me conta.
        –  Talvez não hoje, nem amanhã. Daqui há alguns quarenta anos, depois de termos filhos.
        –  Quem disse que iamos ter filhos?
        –  Eu disse. Eu preciso de ter um garoto para ensinar a jogar futebol e a tocar guitarra e também uma menininha para proteger dos idiotas e vê-la nas festas de ballet.
        –  Você é tão normal ai dentro dessa pele de bad boy, não é?
        –  Se você não for contar a ninguém eu admito. - ele brinca com meus cachos caindo de meu coque.

        –  Eu prometo. - levanto meu dedo mindinho e ele ri.
Flashback Off

Do nada volto a chorar sujando os lençois azuis do hospital que o cobriam. Isso era muito para eu aguentar, era demasiado. Eu sentia que estava tudo caindo, não tinha mais lógica está aqui, não tinha nenhuma. Me deixei escorregar até ao chão encostando a cabeça a cama. Eu estava desistindo? Ou eu estava cedendo a dor que estava entrando em mim como mil facas? Talvez fossem os dois colaborando para me matarem. Não morri no acidente, mas morrerei viva.

        –  Eu estou desistindo. - murmurei escondendo os braços.

Michael P.O.V's
Corro para a cama. Não sei o que se fazer. Eu estou assistindo e não consigo fazer nada. Eu preciso. de voltar, eu preciso dela mas que tudo. Me aproximo da cama ficando a encarar meu corpo inativo. Alguns flashes atingem minha mente, desde que sou um garotinho até agora, dos cabelos castanhos de SeuNome até ao primeiro beijo. De tudo. Talvez eu estivesse planeando a vida. Estava tudo desenhado, tudo traçado, deixei tudo seguir o que eu tinha escolhido. Talvez me senti-se sozinho, injustiçado, traido, tantas coisas. Porque é que eu estaria deixando a minha casa? SeuNome era minha casa, ela me protegeu, ela me amou. Ela me estava dando tudo de mim.

        –  Você. - olhei para meu corpo. - Tem que voltar. Por ela, pode até voltar amnésico ou com problemas mentais mas tem que voltar. Ela depende disso, ela ... ela precisa de mim.

Olhei para SeuNome do outro lado e ela me relembrou alguns momentos. Talvez nós dependessemos um do outro. Minha mãe dizia que apenas o amor verdadeiro machucava. Com Vitória sempre foi fácil mas com ela; todos os passos, palavras, movimentos e ações, tudo contava, tudo contava para a fazer feliz

Flashback On
        –   Mikey! - ela diz toda sorridente depois de voltar a realidade. - Eu não me sinto muito bem.
        –  Deu para ver, SeuApelido.
        –  Eu acho que estou bêbada. - ela ri alto. - Eu nunca bebi.
        –  Você precisa de ir para casa, Dallas.
        –  NÃO! Deixa eu ficar, deixa por favor Mikey. - ela se agarrou a mim choramingando.
        –  Nem pensar SeuNome, você ainda acaba transando com um idiota nesse estado.
        –  Porque? Você fica com ciúme? - ela riu. Ela estava bêbada, mas era tão adorável vê-la rir a todo o momento.
        –  Se isso te fizer ir embora, sim.
        –  Aw Mikey, eu não vou embora. Eu quero ficar, por favor.

        –  Não. - agarrei o braço dela e comecei a conduzi-la pelos corredores.
Flashback Off

Não é incrível? Não é incrível como a vida pode mudar num piscar de olhos? A vida está cheia de problemas, é uma bagunça, mas no final é bela de se ver. Me aproximo dela e agarro a mão dela, se não vou voltar, pelo menos quero sentir a pele dela novamente. Um clarão branco e cegante se aproxima. Estou morto?

Adivinhem quem foi no shopping e comprou os EP's dos 5SOS? Bea! Meu pai quase me matou por causa disso, mas bom isso também não conta porque era meu dinheirinho que eu poupei. Bea poupadora. Enfim, estamos chegando ao fim da ausência do Michael e entrando na segunda parte da fic. Como se sentem? Okay. Amo vocês, Bea.

7 comentários:

  1. amo demais "Our Faith"!!!!!
    as vezes fico me perguntando quanto trabalho você tem pra fazer essas capas, adoro elas!
    p.s. ñ demora pro próximo capítulo!!

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    1. aw obrigada kiara. as capas são bem fáceis de fazer c; qualquer dia disponibilizo algumas para vocês.

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  2. Adorei o primeiro flashback! Amei o capitulo continua, é à longfic você não vai mais postar?

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    1. A longfic vou tentar postar hoje depois do capítulo 12 c: obrigada princesa.

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  3. Poxa, eu fico sem internet, volto e me deparo com isso? Eu nem terminei ainda de ler todos os capítulos que a senhorita postou e já sei que o Michael vai entrar em coma... mas por que Bea? Eu sei que ele não vai morrer e é apenas uma história, que o verdadeiro Michael está bem, mas dá um aperto no coração. Bea, eu também queria saber sobre as capas, dá para me dar uma ideia de como você faz elas e que programa usa?

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    1. Eu sei babe mas não pode ser tudo rosas, mas ele vai ficar bem, na verdade vocês vêm já. As capas, vou fazer um tutorial e posto no próximo capítulo c:

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